A Polêmica como Estratégia de Marketing: no esporte, na religião e na publicidade
- M3 Mercado ao Cubo
- 6 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

O marketing é uma ferramenta poderosa que, quando bem aplicada, pode transformar a imagem de uma marca, influenciar a opinião pública e aumentar significativamente as vendas de um produto. Uma das estratégias mais intrigantes é a utilização da polêmica para atrair a atenção do público. Este artigo explora três casos notáveis que ilustram como a controvérsia pode ser transformada em sucesso comercial.
Caso Cazé TV
Recentemente, a Cazé TV se viu envolvida em uma polêmica quando o apresentador Guilherme Beltrão fez um comentário de teor sexual durante uma transmissão ao vivo. Beltrão afirmou que atletas de nado sincronizado que não têm chance de medalha deveriam ir aos Jogos Olímpicos para “se superar e comer gente”. Esse comentário foi amplamente criticado, especialmente pela atleta Gabriela Regly, que considerou a fala desrespeitosa e machista. A Seleção Brasileira de Nado Sincronizado também emitiu uma nota de repúdio.
Casimiro Miguel, idealizador da Cazé TV, respondeu à polêmica afirmando que a fala de Beltrão foi tirada de contexto e que não se referia a nenhum atleta brasileiro específico, mas sim ao assunto sobre sexo na vila olímpica. Ele destacou que o comentário foi feito em um tom descontraído e que a intenção não era desrespeitar os atletas.
A polêmica trouxe uma grande visibilidade para a Cazé TV, atraindo a atenção de um público mais amplo e gerando discussões nas redes sociais. Isso pode aumentar o engajamento e a audiência do canal, especialmente entre aqueles que apreciam um estilo mais irreverente e descontraído. No entanto, comentários inadequados podem prejudicar a imagem do canal e afastar espectadores que entenderam este comentário como falta de respeito e profissionalismo nas transmissões esportivas. A repercussão negativa pode levar a uma perda de credibilidade e a possíveis boicotes.
Caso Daniel Mastral

De forma polêmica envolvendo a misticidade e religião, o termo “ex-satanista” tem um forte apelo de marketing devido à sua natureza sensacionalista e controversa. Daniel Mastral, por exemplo, pode ter utilziado esse título para atrair atenção e gerar curiosidade sobre sua história e suas obras. A alegação de ter abandonado práticas sombrias e perigosas e depois se converter ao Cristianismo cria uma narrativa de redenção que ressoa com muitas pessoas, especialmente em contextos religiosos.
A mídia e o público em geral tendem a se interessar por histórias que envolvem o oculto e o sobrenatural. Isso faz com que indivíduos que se autodenominam “ex-satanistas” ganhem rapidamente visibilidade ao compartilhar suas experiências em livros, entrevistas e palestras.
A exploração midiática dessas histórias sensacionais ajuda a aumentar a notoriedade e a fama dessas pessoas, transformando suas narrativas em produtos de consumo. Isso pode gerar um público fiel e engajado, ampliando ainda mais a visibilidade e o impacto cultural. No entanto, a utilização de temas sensacionalistas e controversos pode gerar críticas e desconfiança, especialmente se o público perceber que a narrativa está sendo explorada de forma oportunista. Isso pode levar a uma perda de credibilidade e a uma imagem negativa.
Caso “Pôneis Malditos”
E a polêmica como marketing não é novidade, no passado, em 2011, a Nissan lançou uma campanha publicitária para a picape Frontier que se tornou um marco na história do marketing brasileiro. O comercial “Pôneis Malditos” apresentava uma música pegajosa e uma narrativa humorística que comparava a potência dos concorrentes da Frontier com “pôneis”, sugerindo que outras picapes não eram tão potentes quanto a da Nissan, que possuía “cavalos”. A campanha utilizou também o conceito de “corrente”, incentivando os espectadores a compartilhar o vídeo para evitar uma maldição fictícia. A campanha foi um sucesso retumbante. Apesar de ter sido recomendada pelo Conar a retirada do filme da TV aberta, a proibição parece ter incentivado ainda mais o interesse do público. A Nissan viu um aumento de 81% nas vendas em agosto de 2011 em comparação com o mesmo período do ano anterior, com a Frontier registrando um aumento de 110% nas vendas. A campanha foi extremamente eficaz em aumentar as vendas e a visibilidade da marca. A controvérsia gerada pela recomendação de retirada do comercial apenas aumentou o interesse do público, mostrando que uma abordagem ousada pode trazer resultados extraordinários. No entanto, a polêmica também pode ter gerado críticas e reclamações de consumidores que acharam a campanha ofensiva ou inadequada. Isso pode afetar negativamente a percepção da marca a longo prazo.
Concluindo, a polêmica, quando utilizada estrategicamente, pode ser uma ferramenta de marketing eficaz. No entanto, é essencial que as marcas estejam preparadas para lidar com as possíveis repercussões. A chave para o sucesso é entender o público-alvo e criar uma narrativa que, mesmo controversa, possa ser aceita ou vista com humor. Os casos de Cazé TV, “Pôneis Malditos” e Daniel Mastral mostram que, independentemente do resultado, a polêmica certamente atrai os olhares do público.
Este artigo foi desenvolvido com colaboração de modelos de AI (Inteligência Artificial).
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